Reflexões críticas sobre o processo constituinte equatoriano de montecristi (2007-2008)

Efendy Emiliano Maldonado

Resumo


Neste trabalho pretendemos apresentar uma síntese da nossa pesquisa de mestrado, na qual buscamos delinear alguns elementos para a compreensão do processo constituinte equatoriano e a realidade sociojurídica vivenciada na América Latina. No tocante ao fenômeno jurídico será utilizada a ótica pluralista, que compreende que “o direito nasce nas lutas dos povos”, isto é, nas suas lutas por libertação. Para isso, realizar-se-á um resgate das insurgências indígenas e campesinas desde uma análise histórico-crítica de larga duração, a fim de retratar o papel e influência do acúmulo das lutas sociais nas transformações jurídico-políticas das últimas décadas, que culminaram na nova Constituição equatoriana de 2008. Assim, abordar-se-á a relação dialética entre lutas sociais e constitucionalismo, no intuito de aprofundar o debate sobre a atuação dos movimentos indígenas e campesinos nas transformações jurídico-políticas que originaram o processo constituinte. Portanto, dedicaremos atenção a dois aspectos do processo constituinte equatoriano, que nos parecem sumamente relevantes para o campo jurídico-constitucional, sobretudo, para aquele que se pretende crítico e libertador; as insurgências populares como fontes de novos direitos e a tensão congênita entre monismo e pluralismo jurídico. Diante do exposto, esperamos que a pesquisa seja uma pequena contribuição para repensarmos a nossa história desde a perspectiva dos sujeitos que estiveram ausentes da história oficial, quer dizer, daqueles que foram en-cobertos pela tradição jurídico-política moderna; as nações indígenas, as quais por meio da luta pretendem construir uma nova cultura jurídico-política de caráter pluralista, democrático e libertador na América Latina.

Palavras-chave


Constitucionalismo Latino-Americano; Pluralismo jurídico; movimentos sociais; processo constituinte equatoriano.

Texto completo:

PDF

Referências


ACOSTA, Alberto. Bitácora Constituyente. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2008.

_______________. Buen Vivir – Sumak Kawsay. Una oportunidad para imaginar outros mundos. 1ª ed. Quito: Ediciones Abya-Yala. 2012.

_______________; MARTINÉZ, Esperanza (Comp.). Agua. Un derecho humano fundamental. 1ª ed. Quito: Ediciones Abya-Yala. 2010.

__________________________________________. Plurinacionalidad. Democracia em la Diversidad. 1ª ed. Quito: Ediciones Abya-Yala. 2009.

CLAVERO, Bartolomé. Derecho indígena y cultura constitucional en América. México, D.F: Siglo XXI editores, 1994.

CONAIE. Propuesta de la CONAIE frente a la Asamblea Contituyente. Principios y lineamientos para la nueva constitución del Ecuador. Por un Estado Plurinacional, Unitario, Soberano, Incluyente, Equitativo y Laico. Quito:CONAIE, 2007.

CONAIE. Proyecto político para la construcción del Estado Plurinacional e Intercultural. Propuesta desde la visión de la CONAIE. Quito: Artes Gráficas Silva, 2012.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2017.

DALMAU, Rubén Martínez. Los Nuevos paradigmas constitucionales de Ecuador y Bolivia. La Tendencia – Revista de análisis político -, Quito, nº 9, p. 38, , março/abril de 2009.

DUSSEL, Enrique. 20 tesis de POLÍTICA. Mexico: Siglo XXI: Centro de Cooperación Regional para la Educación de adultos em América Latina y el Caribe, 2006.

GALEANO, Eduardo. La naturaleza no es muda. Semanario Brecha. Montevideo, 08 Abril de 2008.

GARGARELLA, Roberto. Pensando sobre la reforma constitucional en América Latina. Buenos Aires :Siglo Veintiuno Editores, 2011.

GUDYNAS, Eduardo. El Mandato Ecológico. Derechos de La Naturaleza en la Nueva Constitución. Quito. Ediciones Abya Yala, 2009.

HARNECKER, Marta e FUENTES, Federico. Ecuador: Una nueva izquierda en busca de la vida en plenitud. Quito: Ediciones Abya Yala, 2011.

LACERDA, Rosane Freire . “Volveré, y Seré Millones”: Contribuições Descoloniais dos Movimentos Indígenas Latino Americanos para a Superação do Mito do Estado-Nação. 2 v. Tese (Doutorado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

LINERA, Álvaro Garcia. A Potência plebéia. Ação coletiva e identidades indígenas, operárias e populares na Bolívia. São Paulo: Boitempo, 2010.

MORENO YANEZ, Segundo. El Levantamiento Indígena del Inti Raymi de 1990. Quito: Ediciones Abya Yala, 1992.

MALDONADO BRAVO, Efendy Emiliano. Histórias da insurgência indígena e campesina: o processo constituinte equatoriano desde o pensamento crítico latino-americano. Dissertação (Mestrado em Direito) – Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

_____________________________________; FAGUNDES, Lucas Machado e WOLKMER, Antonio Carlos. Historicidade Crítica do Constitucionalismo Latino-Americano e Caribenho. Revista Direito e Práxis, [S.l.], v. 8, n. 4, p. 2843-2881, dez. 2017.

NAVAS, Marcos. Lo público Insurgente. Crisis y construcción de La política en la esfera pública. Quito: Editorial Quipus-CIESPAL, 2012.

PASTOR, Roberto Viciano (Ed.). Estudios sobre el Nuevo Constitucionalismo Latinoamericano. Valencia. Tirant lo Blanch, 2012.

PAZ Y MIÑO, Juan J. y PAZMIÑO, Diego. El proceso constituyente desde una perspectiva histórica, p. 40. In:. Análisis: Nueva Constitución. Quito: ILDIS: Friedrich Ebert Stiftung: La Tendencia. Revista de Análisis Político, 2008.

PACHANO, Simón. RC- R'C'= 0. pp.43-74. In: Rafael Correa. Balance de la Revolución Ciudadana. Coord. MANTILLA, Sebastián y MEJÍA, Santiago. Quito: Editorial Planeta del Ecuador, 2012

PISARELLO, Gerardo. Un largo termidor: la ofensiva del constitucionalismo

antidemocrático. Madrid: Trotta, 2011.

___________________. Procesos constituyentes: caminos para la ruptura democrática. Madrid: Trotta, 2014.

PRADA, Raúl. Descolonización y transición. Quito: Ediciones Abya Yala, 2014.

QUIJANO, Aníbal. Des/colonialidad Del poder. El horizonte alternativo. pp. 107-114. In: ACOSTA, Alberto e MARTÍNEZ, Esperanza. PLURINACIONALIDAD. Democracia em La diversidad. Quito: Ediciones Abya Yala, 2009.

RAUBER, Isabel. Revoluciones desde abajo: gobiernos populares y cambio social em Latinoamérica. 1ª ed.. Buenos Aires: Continente, 2012.

SOUSA JÚNIOR. José Geraldo. Sociologia Jurídica: Condições Sociais e Possibilidades Teóricas. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2002

SOUZA SANTOS, Boaventura de. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura política [Para um novo senso comum. A ciência, o direito e a política na transição paradigmática, v. IV].Santa Maria da Feira: Edições Afrontamento, 2006;

___________________________. Refundación del Estado en América Latina. Perspectivas desde una epistemología del Sur. Lima: Instituto Internacional de Derecho y Sociedad, 2010.

___________________________; JIMÉNEZ, Agustín Grijalva (Org.). Justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidad en Ecuador. 1ª de. Quito: Fundación Rosa de Luxemburgo/Editora Abya Yala, 2012.

TAPIA, Luis. El estado de derecho como tiranía. La Paz: CIDES-UMSA, 2011.

VERDUM, Ricardo (Org.). Povos Indígenas: Constituições e Reformas Políticas na América Latina. Brasília: Institutode Estudos Socioeconômicos, 2009.

YRIGOYEN FAJARDO, Raquel. El horizonte del constitucionalismo pluralista: del multiculturalismo a la descolonización. Paper apresentado no VII Congresso de RELAJU, Lima, Peru, Ago.2010.

TORRE RANGEL, Jesus Antonio de la. El Derecho que sigue naciendo del pueblo. Movimientos sociales y pluralismo jurídico. Aguascalientes-México. Ediciones Coyocán, 2013.

WOLKMER, Antonio Carlos; MELO, Milena Petters. Constitucionalismo latino-americano: tendências contemporâneas. Curitiba: Juruá, 2013.

________________________; Lixa, Ivone Fernandes M. (Orgs.) Constitucionalismo, descolonización y pluralismo jurídico en América Latina. Aguascalientes : CENEJUS/Florianópolis: UFSC-NEPE, 2015;

________________________; MACHADO, Lucas. Tendências contemporâneas do constitucionalismo latinoamericano: Estado plurinacional e pluralismo jurídico. Pensar: revista de Ciências Jurídicas, Fortaleza, v. 16, n. 2, p. 371-408, jul./dez. 2011.

__________________________; RADAELLI, Samuel Mânica. Refundación de la teoría constitucional latinoamericana: pluralidad y descolonización. Derechos y Libertades: revista de Filosofía del Derecho y Derechos Humanos, Madrid, v. 37, n. 2, p. 31-50, jul. 2017.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. La Pachamama y lo humano. Bueno Aires: Ediciones Colihue, 2011.




DOI: https://doi.org/10.5102/rbpp.v9i2.6062

ISSN 2179-8338 (impresso) - ISSN 2236-1677 (on-line)

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia